térmico

Uma flecha é o que define o desenvolvimento da história de qualquer um em meio à uma sociedade dotada de diferentes modelos de indivíduos, que vomitam diariamente pensamentos e opiniões que expõem a essência do lançador. Uma flecha não pela velocidade e pelo movimento, mas pela incapacidade estrutural de retornar do ponto de partida sem deixar sequelas em ambos os elementos. Qualquer pensador já teve sua ruptura do "eu sei" com o desejo pervertido pela ignorância, pelo fluxo favorável ao movimento de seus companheiros de espécie. É muito fácil poder não saber, apesar do abominável estigma adquirido pela falta de sapiência.
São por vias brutas, de areia fofa e mato áspero que os engenheiros sintetizaram as estradas em que alguém já pisou. Um caminho, antes desconhecido e desconfortável foi desbravado por vanguardistas que aceitaram o triste fardo de um mártir em abrir mão da estabilidade para construir um novo caminho para o futuro. Para os seus futuros. (Netos, filhos, amigos, descendentes.). Ainda que destruídas tais estradas, que mortos os transeuntes e queimados os registros de tais; a estrada já existiu. Apagar algo, de verdade, é quase impossível. O temor pelo esquecimento, medalha de tantos heróis e vilões, é por vezes uma lâmina de duas faces. O anseio pelo esquecimento é quase um suicídio eterno.
Ofereço um brinde fúnebre e um cortejo malicioso ao tempo - este operário das ruínas -, que martela e maquina a grande estrutura de aço inoxidável que é a mente. Seus cordões de marionete que agarram dimensões distintas segurando o espaço e as coisas. Trazendo os dias gelados cinzentos e as noites mornas de verão. Ou ao menos acompanhando, do ladinho mesmo.
Eu anseio por esquecer o que eu nunca conheci. Mas que vou conhecer, e que prometo nunca esquecer.

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